O blog ficou quase uma semana fora do ar. Sete dias. Longos sete dias. Longos porque não se sabia exatamente qual era o problema que o afetava.
A incerteza é desestabilizadora. Passei os dias tentando manter a frieza. Sabia que uma hora tudo iria se ajeitar, que no final tudo daria certo.
O problema é aguardar chegar no final. Eu não sou muito dada à frieza. Acho que ainda tenho, apesar dos meus 45 anos, um comportamento infantil de reagir com exagero de emoções quando a coisa sai do meu controle.
Pensar que não poderia mais ter acesso a um trabalho de anos, era demais. Trabalho de pesquisa, registro da evolução da alimentação dos meus filhos, das minhas angústias frente das questões da maternidade que afetam a minha alma, além de tantas descobertas ao pé do fogão, receitas testadas e aprovadas.
Descobri que tenha mais de 400 megabytes de registro dentro desse espaço virtual. É texto pra lá de metro.
Não saber ao certo se teria acesso a esses megabytes todos, que pertencem a mim, contam um pouco de mim, me definem, acabou por me derrubar. O desânimo se refletiu na cozinha. Quem cozinha bem na tristeza?
Eu não cozinho. Hoje ainda não volto para os preparos da comida boa. Estou, parece, que de ressaca, resultado de noites mal dormidas.
Hoje a comida ainda vem de fora, preparada por outras mãos. Tomara que seja feita por alguém animada e com o coração feliz.
Apesar da ressaca, a felicidade do retorno em mim é concreta. Um alívio aqui dentro do peito é tão bom. Sentir o peito leve é tão agradável, igual a café logo cedo, a água quando estamos com sede, a pão com o nosso recheio favorito, a salada com frutas frescas e bem docinhas.
Minha vontade é passar o resto do dia dançando com a Felicidade, do Seu Jorge!
Beijos e amanhã tem receita!
Patricia
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